Autor, data e lugar da composição da Carta aos Filipenses

A igreja primitiva era unânime no testemunho de que Filipenses fora escrita pelo apóstolo Paulo. Por exemplo: Policarpo (c. 110 d.C.), Irineu (c. 175 d.C.), Clemente de Alexandria (c. 200 d.C.), Tertuliano (c. 200 d.C.), Orígenes (c. 250 d.C.) e Eusébio (c. 315 d.C.).

Internamente, a carta aos Filipenses revela sinais de autenticidade. As muitas referências pessoais ao autor harmonizam-se com o que conhecemos a respeito de Paulo por meio dos demais livros do Novo Testamento. Fica evidente que Paulo escreveu a carta na prisão (v. 1.13,14).

Alguns sustentam que esse encarceramento ocorreu em Éfeso, talvez c. 53-55 d.C.; outros o situam em Cesaréia, c. 57-59. A melhor evidência, no entanto, apóia Roma como lugar de origem e c. 61 como data. Esses dados encaixam-se bem com o relato da prisão domiciliar de Paulo registrada em At 28.14-31.

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Quando escreveu Filipenses, não estava na Prisão Mamertima — onde estava quando escreveu 2Timóteo. Estava numa casa alugada, onde por dois anos esteve livre para compartilhar o evangelho como todos os que chegassem até ele.

Propósito

O propósito primordial de Paulo ao escrever essa carta era agradecer aos filipenses a oferta que lhe tinham mandado após saberem da sua detenção em Roma (1.5; 4.10-19). No entanto, faz uso da ocasião para cumprir vários outros desejos:

  1. dar um relato das suas circunstâncias (1.12-26; 4.10-19);
  2. encorajar os filipenses a se manterem firmes diante da perseguição e a se regozijar a despeito das circunstâncias (1.27-30; 4.4);
  3. exortá-los à humildade e à unidade, tendo o próprio Cristo como ponto de partida (2.1-11; 4.2-5);
  4. recomendar Timóteo e Epafrodito à igreja de Filipos (2.19-30)
  5. advertir os filipenses contra os judaizantes (legalistas) e os antinomistas (libertinos) entre eles (cap. 3).

De maneira mais ordenada, Paulo escreve para encorajar os filipenses:

  1. apesar de Paulo estar preso, o evangelho no qual eles haviam crido continuava avançando (cap. 1);
  2. Cristo deve ser mantido no primeiro lugar das suas vidas e do serviço cristão (cap. 2);
  3. atenção especial aos líderes religiosos que poderiam tentar desviá-los (cap. 3);
  4. promoção da harmonia entre pessoas e da continuidade de investimento financeiro no reino de Deus.

Destinatários da Carta aos Filipenses

A cidade de Filipos foi assim chamada em homenagem ao rei Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Era uma próspera colônia romana, e isso significava que os cidadãos de Filipos eram também cidadãos da própria cidade de Roma.

Orgulhavam-se de ser romanos veja At 16.21, vestiam-se como romanos e muitas vezes falavam latim. Foi, sem dúvida, nesse contexto que Paulo se referiu à cidadania celestial dos crentes (3.20,21). Muitos dos filipenses eram militares aposentados que tinham recebido doações oficiais de terras na região e, por sua vez, serviam de presença
militar nessa cidade da fronteira.

O fato de Filipos ser colônia romana talvez explique por que não havia judeus ali suficientes para justificar a criação de uma sinagoga e por que Paulo não cita o antigo testamento nessa carta aos filipenses.  Desde que levou Cristo aos filipenses pela primeira vez, por uma década, Paulo desenvolvera um relacionamento fértil e frutífero com os eles.

A igreja foi fundada cerca de 50 d.C.. Paulo escreve a carta no início da década de 60 d.C.. Provavelmente, ele os visitou por volta 55 d.C. e renovou velhas amizades (cf. At. 20:1-2). Durante os anos que se passaram, eles haviam enviado apoio financeiro por mais de uma vez (4:15; cf. tb. 2 Co. 11:9). Essa ajuda explica porque Paulo escreve com tanta profundidade e familiaridade pessoal.

Características

  1. Filipenses não contém nenhuma citação do antigo testamento.
  2. É uma carta missionária de agradecimentos, na qual o missionário presta um relatório do progresso da sua obra.
  3. Manifesta um tipo notavelmente vigoroso de viver cristão:
    • humildade (2.1-4);
    • prosseguimento para o alvo (3.13,14);
    • falta de ansiedade (4.6);
    • capacidade de fazer todas as coisas (4.13).
  4. Destaca-se como carta da alegria do novo testamento ; a palavra “alegria” ocorre umas 16 vezes, nas suas várias formas.
  5. Contém um dos trechos cristológicos mais profundos do NT (2.5-11). Mas, por mais profundo que seja, Paulo o incluiu principalmente com fins ilustrativos.

Esboço

  1. Saudação (1.1,2)
  2. Ação de graças e orações pelos filipenses (1.3-11)
  3. As circunstâncias pessoais de Paulo (1.12-26)
  4. Exortações (1.27—2.18)
    • Levando uma vida digna do evangelho (1.27-30)
    • Seguindo a atitude serviçal de Cristo (2.1-18)
  5. Os colegas de Paulo no evangelho (2.19-30)
    • Timóteo (2.19-24)
    • Epafrodito (2.25-30)
  6. Advertências a respeito dos judaizantes e antinomistas (3.1— 4.1)
    • A respeito dos judaizantes ou legalistas (3.1-16)
    • A respeito dos antinomistas ou libertinos (3.17—4.1)
  7. Exortações finais, agradecimentos e conclusão (4.2-23)
    • Exortações sobre vários aspectos da vida cristã (4.2-9)
    • Testemunho final e novos agradecimentos (4.10-20)
    • Saudações e bênção (4.21-23)

Fonte: Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional) – Editora Vida

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